Reitora detalha como o Centro Universitário está superando a fase mais complicada de sua história com um abrangente choque de gestão, que inclui redução de custos, pagamentos de dívidas e projetos inovadores 6f344e

por Renato Alexandre
O Centro Universitário de Sete Lagoas – Unifemm ou por um verdadeiro choque de gestão para corrigir processos que estavam colocando em risco a sua continuidade. Na entrevista a seguir, a reitora Viviane Tompe Souza Mayrink detalha, com muita transparência, medidas emergenciais como demissões, negociações por atrasos salariais e readequação nos preços de mensalidades, que fazem parte de uma verdadeira revolução istrativa. Agora, com autorização do Conselho Curador da Fundação Educacional Monsenhor Messias, mantenedora da Unifemm, e apoio do Ministério Público, ganha mais força para continuar oferecendo uma grande gama de cursos com ensino de qualidade.
Sete Dias – Quais são as principais ações a partir desta nova fase istrativa do Unifemm?
Viviane Mayrink – Bem, superada a questão da recuperação judicial, a prioridade agora é o pagamento de todos os credores, inclusive os colaboradores da ativa que estão sentindo diretamente os efeitos das retenções judiciais. Infelizmente tivemos que ar por esse momento delicadíssimo entre o fim da RJ e a nova fase, com salários atrasados e lidando com o jogo de informações plantadas para gerar a perda de alunos.
Justamente para solucionar o ime, o Conselho Curador da FEMM, na última segunda, autorizou a venda de bens para quitar todas as obrigações. Essa medida conta com o apoio do Ministério Público e agora sim tomamos a direção de solucionar definitivamente esta fase. Poder direcionar o UNIFEMM daqui para frente sem o problema de dívidas e atrasos de salário é um sonho que demandou muita luta ao longo dos últimos anos, da parte de todos e, em especial, daqueles que se dispam a trabalhar apesar dos atrasos de salário.
SD – Quais foram as principais conquistas da atual gestão nos últimos anos?
Viviane Mayrink – Quando iniciamos a gestão, o caixa era absurdamente deficitário e não existiam reservas para dispensar funcionários, pagando seus acertos. O custo de folha e o custo operacional era totalmente inadequado para o que era arrecadado. Assim, reduzimos as despesas em cerca de 40% e o valor da hora dos professores, que era a mais alta de Minas Gerais, foi reduzida em cerca de 70%. Muitas medidas emergenciais foram executadas entre elas as dispensas, que culminaram com 240 pessoas desligadas e sem nenhum comprometimento com o que precisava ser executado.
Além das medidas de ajuste financeiro, sobrevivemos à pandemia e aumentamos bastante o número de alunos. Se em 2019 contávamos com menos de 1000 alunos de graduação presencial e menos de 200 no ensino à distância, hoje temos 1.500 no ensino presencial de graduação e outros relevantes 3.400 alunos em EAD.
Nossa política de preços mudou, nossas mensalidades se tornaram mais competitivas para o mercado, eram consideradas muito altas. E devemos dizer que nenhuma dessas medidas alterou a qualidade do ensino. Fomos recredenciados como Centro Universitário com nota 4,6, sendo que a nota máxima é 5. Novos cursos foram criados: Biomedicina, Farmácia, Medicina Veterinária, Análise de Sistemas e Psicologia são exemplos.

SD – Quais são os principais desafios para 2025 e quais são as estratégias para enfrentá-las?
Viviane Mayrink – Agora poderemos tratar das agendas positivas e temos um sonho de lançar um novo mestrado e de oferecer formação para agentes públicos em diferentes áreas. Nossa intenção é também consolidar a formação de qualidade em relação aos cursos novos.
SD – Nos últimos anos, a grade de cursos ficou muito diversificada. Como foi este processo de oferta de novas possibilidade de formação?
Viviane Mayrink – O processo das novas ofertas obedeceu às demandas presentes na própria sociedade e respeitou a vocação do UNIFEMM como instituição, por isso foi extremamente bem sucedida.
SD – O Unifemm oferece opções para Pós, Mestrado e Educação Continuada?
Viviane Mayrink – O Unifemm vem buscando reestruturar a Pós-Graduação lato e stricto sensu de forma a torná-las mais competitivas no mercado atual, nesse contexto ações de mitigação de custos para tornar os valores comerciais de acordo com a oferta atual foram aplicados desde 2019 até o presente momento.
O formato Síncrono foi implantado, permitindo o o de alunos em sala de aula virtual presencial, mantendo a rede de relacionamento e a liberdade de deslocamento, garantindo a abertura de turmas. Para o formato síncrono temos um portifólio em funcionamento de 2 cursos e provisionamento de lançamento em 2025 de mais 3 cursos que já estão em fechamento de construção. Totalizando 5 cursos.
O portifólio de lançamento de cursos de Pós-Graduação lato sensu em EAD, está programado para 2025, com 69 cursos inicialmente, cursos ofertados 100% EAD, com valores comerciais muito competitivos.
O Curso de Mestrado Profissional em Biotecnologia estava em descontinuidade devido aos altos custos e baixa procura, foi realizada uma alteração dentro das linhas de pesquisa e coordenação que permitiu a diminuição do custeamento e o aumento da procura, permitindo a continuidade da oferta do Mestrado UNIFEMM, para o ano de 2025 uma nova parceria para oferta extra campus está em discussão.
O modelo para atender o mercado foi pensado de forma mercadológica em 3 extratos de publico atendido, sendo considerados, cursos classe A, maior valor agregado, cursos classe B, médio valor agregado, cursos classe C, menor valor agregado. Atendendo a todos os extratos mercadológicos.
SD – O Unifemm tem forte tradição no ensino presencial, mas o advento do EAD é uma realidade no Brasil. A universidade também aposta nesta modalidade de ensino?
Viviane Mayrink – Apostamos sim, e por isso nosso crescimento foi exponencial. Ainda temos alguns desafios, como por exemplo, a questão da integração de plataformas e a necessidade de investimentos, que certamente acontecerão.
SD – Sete Lagoas se tornou um forte polo universitário, como Unifemm se adaptou a esta realidade?
Viviane Mayrink – A concorrência é até desleal, os preços muitas vezes são aviltantes e pouco comprometidos com a qualidade, mas nós trabalhamos duro para reduzir o preço médio e oferecer uma formação de qualidade, com currículos integrados e flexíveis conforme o interesse e o talento do aluno.
Mas a verdade precisa ser evidenciada: o UNIFEMM é a instituição de ensino da cidade e da região há mais de 55 anos. Nós temos uma marca consolidada, o carinho da sociedade e o reconhecimento de nosso papel de incluir socialmente através da educação. Nós não somos um negócio, nós somos uma missão.
SD – O Unifemm possui excelentes espaços multiuso como o auditório, Teatro Redenção, ginásio coberto e o próprio campus. São realizadas parcerias com a sociedade para utilização desses espaços?
Viviane Mayrink – Nos últimos anos, além da cessão gratuita temos feito a locação de espaços para grandes eventos culturais e de entretenimento geral. Isso tem sido fonte de renda e tem nos gerado uma mídia espontânea.
Quem é a reitora 1d6b3c
Viviane Tompe Souza Mayrink é Doutora em istração pela PUC-MG (2018); Mestrado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004); MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (2010) e Graduação em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000). Professora em cursos de graduação e pós-graduação. Possui experiência na gestão acadêmica e istrativa como coordenadora de curso de graduação e diretora de unidade de ensino. Possui grande experiência em gestão de organizações não governamentais e de projetos sociais. Tem experiência em Gestão de Riscos e implantação de Sistemas de Gestão de Riscos.